29 de dezembro de 2007

There ain't no cure for love

I loved you for a long, long time
I know this love is real
It don't matter how it all went wrong
That don't change the way I feel
And I can't believe that time's
Gonna heal this wound I'm speaking of
There ain't no cure,
There ain't no cure,
There ain't no cure for love
I'm aching for you baby
I can't pretend I'm not
I need to see you naked
In your body and your thought
I've got you like a habit
And I'll never get enough
There ain't no cure,
There ain't no cure,
There ain't no cure for love

There ain't no cure for love
There ain't no cure for love
All the rocket ships are climbing through the sky
The holy books are open wide
The doctors working day and night
But they'll never ever find that cure for love
There ain't no drink no drug
(Ah tell them, angels)
There's nothing pure enough to be a cure for love

I see you in the subway and I see you on the bus
I see you lying down with me, I see you waking up
I see your hand, I see your hair
Your bracelets and your brush
And I call to you, I call to you
But I don't call soft enough
There ain't no cure,
There ain't no cure,
There ain't no cure for love

I walked into this empty church I had no place else to go
When the sweetest voice I ever heard, whispered to my soul
I don't need to be forgiven for loving you so much
It's written in the scriptures
It's written there in blood
I even heard the angels declare it from above
There ain't no cure,
There ain't no cure,
There ain't no cure for love

There ain't no cure for love
There ain't no cure for love
All the rocket ships are climbing through the sky
The holy books are open wide
The doctors working day and night
But they'll never ever find that cure,
That cure for love

Leonard Cohen

27 de dezembro de 2007

call girl


o cinema português tem muitos exemplos do que é mau cinema, filmes com péssimo som, imagem deprimente e, sobretudo, argumentos pobres.
ora, o filme que estreia hoje tem um bom argumento, actores a sério - incluindo a Soraia Chaves - e uma história com princípio, meio e fim que, apesar de ser ficção, é um reflexo mais do que espelho da sociedade portuguesa.
há ainda o bom gosto de antónio-pedro vasconcelos, quee fez um filme que não é pimba (com excepção do cartaz) nem intelectualóide e não se destina aos amigos.
sim, é verdade que filmes destes o cinema americano faz às dúzias e muito melhor.
mas no cinema português não.
nunca vi um filme português com tantos "foda-se" como este e a soraia chaves tem de facto tudo no sítio. mas isso são pormenores.

Uma colagem para quinta-feira



Gregory Tapper

Mais, do mesmo artista, aqui

23 de dezembro de 2007

Um Santo Natal e uma suculenta couve Penca






Mercearia na Rua Gomes Freire, sábado, 12:00. A velhota é “habituée”. A D. Lurdes, a merceeira, dá-me aquele levantar de sobrancelha de quando se percebe que o caldo está entornado… A velhota tinha entrado com ares de quem passou mal a noite, rugas amarrotadas e papos feios nos olhos. Mirei-a. Baixinha e redonda, sacode-se de um lado para o outro, não pára quieta. Remexe nas hortaliças, espreita o balde das azeitonas, apalpa as mangas do Brasil, chega uma Bravo Esmolfe ao nariz, tudo a enjoa, senta-se no banco de madeira, suspira, levanta-se e olha para o assento, tira um lenço e limpa-lhe a sujidade invisível com ar de nojo, volta a sentar-se, levanta-se outra vez, abre caminho impertinente até ao expositor da rua, entra na loja aos empurrões, traz laranjas e tangerinas, deposita-as no balcão, volta às hortaliças, baixa-se até aos pés e descobre uma couve Penca.
Não era de supor que uma velhota rabona (rabina velha há-de ser rabona, não?), com ar de quem passou mal a noite, beiça caída e extra-queixo por muitos e muitos anos a infernizar a vida aos outros, fizesse esta lida toda de bico calado, pois não?! Enquanto cirandava, espalhava o que hoje se diria má onda pela mercearia. E fez-se silêncio, porque o levantar de sobrancelha da merceeira foi o sinal de que se ia cantar o fado:
- Ai não me diga nada ó Lurdes, do Natal, eu não quero ouvir falar no Natal, não quero. O Natal, ora o Natal, o que é que tem o Natal? Antes de eu nascer já havia Natal! E eu já tenho …anos (tossiu e não se percebeu a idade, eu acho que foi de propósito, mas devia ter 60). O Natal…ãh, ãh (gagueja, irrita-se), eu sei o que é o Natal, é porcarias na televisão o dia todo.. (acalma-se e cala-se por um momento, foi a altura em que cheirou a maçã Esmolfe) hum, hum, sim eu sei muito bem o que é o Natal. Andam praí a dizer Bom Natal a torto e a direito e o Natal não é nada disto. É um dia como ós outros, sempre foi e há-de ser. É para comer com a família? Eu como com a família nos outros dias, ahã, (aclara a voz com uma tossidela). Calou-se e pensei que talvez já tivesse saciado as raivas. Mas foi quando se baixou e percebeu que ainda havia uma couve Penca (para mim era uma couve portuguesa e ponto final) esquecida no caixote das hortaliças, que se deu o milagre.
– Ai ó Lurdes, é Penca? A velhota, quando levantou a fronha, já era outra. Fez aquela pergunta com uma alegria tão genuína, com um tom de voz tão macio, até infantil, que deixei escapar uma gargalhada. Então era só isto que era preciso para acabar com aquela rabugice insuportável, uma couve?! Ri-me com vontade da natureza da vida e da gente. Olhou-me desconfiada e, eu, que não queria estragar-lhe o momento, disse não faça caso, achei graça ao nome da couve, não conhecia, mas se é assim boa também queria uma é pena já não haver. Acho que ela comeu a minha desculpa, porque à saída desejou-nos “um Santo Natal” e aí então é que foi, até a plácida D. Lurdes deixou ver um sorriso.

20 de dezembro de 2007

Rigoletto

La donna è mobile
Qual piuma al vento,
Muta d'accento — e di pensiero.
Sempre un amabile,
Leggiadro viso,
In pianto o in riso, — è menzognero.


La donna è mobile qual piuma al vento
Muta d'accento e di pensier!
e di pensier!
e di pensier!

A Orquestra Sinfónica Portuguesa a dar o seu melhor, o barítono a plenos pulmões, e na minha cabeça só se ouvia: "Luís, Luís, já foi a Paris, Luís, Luís, já foi a Paris"!!!

P.S. Adorei e voltarei

9 de dezembro de 2007

circo de rock n´roll


qual é a melhor coisa para uma tarde de domingo fastidiosa?
ir a um concerto dos xuutoooos! com circo.
o campo pequeno encheu para festejar os vinte anos do "circo de feras", mesmo numa matiné, e toda a gente cantou as músicas mais conhecidas.
fiquei de boca aberta a ver os miúdos a cantar aos berros "homem do leme", que os xutos tocaram em versão acústica, ou "contentores".
já para não falar de "minha casinha", que fica sempre para o fim, com toda a gente aos pulos.
mauzinho mesmo, escusavam de ter lá estado aquele parzinho acrobata com bolas, o coro gospel e as capas vampirescas que tim, zé pedro e cabeleira vestiram no arranque do espectáculo.

8 de dezembro de 2007

De manhã eu bou ao põm, a saquinha bai na mõm...




A ideia dos sacos de plástico foi uma invenção saudada como um sinal do progresso. Elogiaram-se as óbvias vantagens práticas e os super e os hiper tinham nos sacos uma publicidade gratuita. A mim dá-me jeito para forrar os caixotes do lixo. Mas posso bem passar sem eles. Agrada-me voltar aos sacos de pano que a minha avó usava nas compras na mercearia. Usados durante anos e repetidamente remendados. Ela não era activista ecológica e gostou quando nos supermercados lhe punham as compras em sacos de plástico. Eram de graça. Guardou apenas os sacos do pão, que continuou a levar à padaria todos as manhãs. Mas também isso foi abandonado quando o pão de Mafra e as vianinhas passaram a vir embaladas. Agora, quando em nome da consciência ecológica o Governo estuda a possibilidade de taxar os sacos de plástico nos hiper, e os próprios hiper decidem levar dois cêntimos por saco, não me chateia nada aderir à moda do saco de pano. Tenho que ir às gavetas mais esconsas da minha mãe procurar os sacos do pão que levei nas minhas primeiras idas às compras sozinha, armada em crescida. Lembro-me de padrões florais dos anos 60 e 70, formas e cores psicadélicas em pano de algodão. E sei que muitas raparigas prendadas da nossa praça se entretém a costurar sacos de pano bem coloridos. As minhas idas à mercearia vão passar a ser mais alegres. Não custa nada e é muito mais bonito. Tenho é que pensar com o que é que vou forrar os caixotes do lixo. Jornais?

1 de dezembro de 2007

Hip Hip...


O sítio chama-se Bengal Tandoori. Não é um nome que inspire a minha veia poética (sim, eu tenho uma ou duas veias poéticas) mas o certo é que foi naquele restaurante que quatro mulheres inspiradas decidiram construir uma casa para o encontro de imaginações e olhares sobre o que quer que lhes passasse pelas cabeças. Entretanto, já lá vai mais de um ano e muita água correu debaixo das pontes, embora uma ou duas de nós menos atreitas a frases feitas preferissem dizer que “muito tinto passou pelas nossas goelas”. Tinta Roriz, Touriga Franca, Mil-Diabos e Trincadeira alimentam esta casa since 16/09/2006. Foi a essa data e à amizade que brindámos ontem. Várias vezes.

P.S. Mil-diabos vai lá buscar uma ilustração daquelas giras alusivas ao tema fachavor.

assim, de repente, sobre quatro gajas giras e cheias de graça, só me lembrei desta.
mil-diabos

30 de novembro de 2007

29 de novembro de 2007

A melhor prenda (para mulheres cansadas de aturar os maridos)


Cortesia: fogacho

O marido de Vossa Excelência fuma? Ofereça-lhe cigarros. O seu marido tem problemas de colesterol? Ofereça-lhe um copioso banquete rico em gorduras saturadas. O seu marido é alcoólico? Ofereça-lhe uma caixa de Jameson. O seu marido é “junkie”? Há no mercado oferta variada de cocaínas e heroínas.
No caso de Vossa Excelência pertencer à percentagem muito reduzida de esposas a quem calhou um marido que não é parvo de todo, previna-se com argumentos sólidos e mostre-lhe a publicidade. O texto publicitário que se segue pode chegar.
O presente inesperado é o mais desejado. Parabéns!. V. Demonstrou ser uma pessoa moderna e de requintado bom gosto. O seu presente foi um verdadeiro achado. V. não lhe quis dar mais uma dessas coisas complicadas que nunca se usam. Deu-lhe uma prenda prática e original. Ofereceu-lhe os cigarros que Ele fuma nas novas caixas de dez maços da Kart.”
No caso do seu marido ser do tipo mesmo desconfiado, recorra enfim aos métodos ancestrais e ponha um batonzinho nos lábios. Faça-lhe uns olhares malandrecos e já agora use um vestidinho justo, (só se for rapariga esbelta como eu) na altura de abrir os presentes!

26 de novembro de 2007

aprendam, porque eu não duro sempre


"As uvas têm umas bocas grandes chamadas ‘stigmata’ e é por aí que respiram e que desenvolvem o açúcar para o vinho".

24 de novembro de 2007

20 de novembro de 2007

15 de novembro de 2007

Casal dull

Aconteceu que discutimos longamente a quantidade de cubos de calçada portuguesa que enchem o passeio que rodeia o nosso prédio. Fizemos as contas mais loucas, divergimos em quantidades, e argumentámos com os argumentos de quem não percebe nada do assunto. Como a wikipédia não tivesse (desta vez) a resposta, chegámos a um impasse. Corremos pelas escadas abaixo para medir in loco por causa das teimas. A discussão foi acesa. No final, usando como referência o comprimento dos carros estacionados e a medida dos nossos pés, concordámos que andariam à volta de 260 mil. Foram 15 minutos bem regados, ups, quer dizer, bem passados!

14 de novembro de 2007

13 de novembro de 2007

sopa de puta fina

em ambiente sopeiro, não resisto a recordar uma das minhas sopas preferidas.
fazia-se ocasionalmente lá em casa quando havia preguiça para cozinhar. geralmente calhava ao domingo à noite, hora de neura.
sei que leva muito alho, pão duro, muitos coentros, azeite e ovos mexidos no final.
não demora mais do que meia hora.
parece sopa alentejana, mas na minha terra chama-se sopa de puta fina.

há circo na cidade

não sou uma fã maluca da música dos xutos & pontapés, mas acho muita graça aos músicos, por todo o espírito rock n´roll que os envolve e pelas ideias novas que eles têm para tocar mais do mesmo, mas com outros embrulhos.
desta vez vão ter circo num concerto no campo pequeno para celebrar os vinte anos do álbum "circo de feras".
vão lá estar "a casinha", "contentores", "na américa", "vida malvada" e até "aventura homossexual do general custer" de um single que saiu depois.
não haverá leões nem domadores (ooohhh), mas esperam-se contorcionistas, trapezistas e outros istas do novo circo.
serão 50 pessoas em palco a 08 e 09 de dezembro e será gravado para mais tarde recordar.

11 de novembro de 2007

Receita de sopa que ferve uma manhã inteira e onde se usam couves tenras que se mandaram apanhar na horta às primeiras horas da manhã

Não resisti a sublinhar algumas passagens.

"Num panelão de barro ou de esmalte, deitam-se alguns ossos de vaca, ossos de leitão assado (se os houver), um naco de presunto, 4 ou 5 cenouras, sal e pimenta. Cobre-se com água fria e deixa-se ferver durante uma manhã inteira. A meio da manhã, manda-se apanhar na horta 2 ou 3 couves tenras, as quais, depois de se terem lavado muito bem, ripam-se para dentro da panela. Uma hora antes de servir, deitam-se fatias de pão cortadas o mais fino possível, mas antes de se deitar o pão, retiram-se os ossos todos da sopa. A porção de pão varia conforme se queira sopa em caldo ou género sopa seca. Cerca de 30 minutos antes do almoço prova-se e tempera-se com uma boa chávena de molho de leitão e com mais uma pitada de sal, se necessário. Ferve sempre, desde as primeiras horas da manhã, até à hora de estarem todos à mesa, à espera dela."



A receita intitula-se "Sopa fervida como se faz na minha família", vem assinada pelo "Doutor Lopo Cancella de Abreu", médico, no nº 70 da revista de culinária Banquete, de Dezembro de 1965.
Se não me engano o autor da receita foi ministro do Estado Novo e era o marido da directora da Banquete, Maria Emília Cancella de Abreu

8 de novembro de 2007

Carta aberta de uma cliente insatisfeita e desembolsada ao



Venho por este meio manifestar o meu apreço e admiração pela forma que o Metropolitano de Lisboa encontrou para cobrar a 10 euros um serviço que está tabelado a 7. Fiquei orgulhosa pela inteligência das cabeças que gerem a Vossa estimável empresa na prestação de um serviço público. É ainda com prazer que reparo que a administração do Metro está de consciência tranquila e certamente orgulhosa pela esperteza saloia com que brinda os cidadãos de Lisboa. Moeda aqui…moeda ali…são milhões ao fim do ano que saem das nossas carteiras para as vossas contas bancárias.
Mas o que me traz pela primeira vez ao Vosso convívio é a artimanha da "taxa de urgência" pelo cartão Lisboa Viva. O preço do cartão, uma renovação, é de sete euros. Mas claro…demora 14 dias. Duas semanas inteiras, é coisa para ficar bem feitinho, digo eu. Mas há um problema. É que, entretanto, não posso ficar em casa à espera que o cartão esteja pronto. Tenho que usar o Metro para ir trabalhar e gastar o equivalente a um passe urbano para 30 dias em bilhetes, mais coisa menos coisa. Não faz muito sentido pois não? Mas não tenho alternativa. Quer dizer…tenho. A funcionária do Metro que me revelou a solução, no balcão do Colégio Militar, estava até envergonhada, mas dever é dever:
- "Sabe, se pagar três euros a mais pode ter o cartão já amanhã. Acaba por compensar"
- "Ai é? Então é possível fazer de um dia para o outro? Então não leva 14 dias?", perguntei eu desconfiada. Aquilo parecia conversa de candonga.
- "Esse é o prazo normal. Mas se pagar a taxa extra, não. E compensa num dia só de viagens, não é?".
- "Ah, uma taxa extra. Boa ideia, mas porque é que me sinto enganada?"
- …

Fantástico. É como pedir um almoço tabelado a 20 euros e poder comê-lo só ao jantar. Mas se pagar 40 euros, posso comê-lo efectivamente à hora do almoço. Há coisas que são demais, que são evidências, que não são intelectualmente defensáveis. Esta vossa artimanha não é defensável a nenhum título, lamento. É patética. É ridícula. Dar-vos-ei com agrado os 10 euros, afinal o preço real do cartão. Ouso é sugerir que no próximo ano tabelem o preço de um cartão novo a 9,9 euros. São menos … 10 centimos mas a vossa honestidade não sairá beliscada. E isso não é pouco. Entretanto, se vos – e quando digo `vos´ dirijo-me aos decisores – se precisarem de mais uns trocos ao fim do ano para fazer boa figura junto dos accionistas, ou para os bónus no Natal, apitem que é sempre possível ajudar um amigo em necessidade.

4 de novembro de 2007

o que fazemos todos os dias?




Gato semáforo

O meu gato arranjou um sistema inteligente para comunicar comigo sem recurso aos miados. Quando tem fome, abre a pestana e vê-se a luz azul: "pode abastecer". Quando não quer mimos e apenas paz e sossego, abre a pestana e mostra o sinal vermelho. Evita-se a miadeira e as arranhadelas. É muito eficaz, não me posso esquecer de patentear a invenção. Não é difícil imaginar o estado de espírito do Peta no momento da foto: "Deixa-me em paz e vai buscar a paparoca!".

29 de outubro de 2007

rio das flores

hoje na fnac colombo, ainda o rapaz da loja estava a acabar de colocar os livros na estante, já duas quarentonas pegavam em dois exemplares e dirigiam-se logo para a caixa.
no caminho comentavam: "já viste agora é só calhamaços, hi hi".
o escaparate tinha mais obras dele, um cartaz com nome da última obra e do autor, uma imagem de fundo a preto e branco.
está mesmo à entrada, pronto a ser agarrado.
foi posto hoje à venda, são cem mil exemplares.
cheira-me que não chegam para o natal.

26 de outubro de 2007

Um sem-abrigo com consciência ecológica

Não era um pedinte qualquer. Aliás, nem sequer era um pedinte. Era um cidadão com consciência ecológica. Sentado no chão, na Rua Garret, no Chiado, o rapaz recortava com mão certeira latas de coca-cola, fanta, sumol, em engenhosas cadeirinhas e bem intrincados cinzeiros. Tinha escrito com caneta de feltro num bocado de cartão “Não se esqueça, recicle” e outra frase qualquer sobre o ambiente ou o aquecimento global.
- Quanto é que é? perguntei, divertida.
- Não é nada, isto é só mais para alertar… a ..a..consciência das pessoas.
- Ai é?, franzi o sobrolho, como quem diz, “hum…tem a certeza? Então não quer nada?”
- Oh, só se quiser dar uma contribuiçãozinha, é o que quiser, isto não vale nada…é a mensagem pela mensagem.
Como um sem-abrigo com miolos já não é um pedinte por muito sujinho que esteja e por muito arrastada que seja a voz de coitadinho, dei-lhe um euro por um cinzeiro novinho em folha. Quer dizer…novo não é, mas “o que importa é a mensagem pela mensagem”!

23 de outubro de 2007

O lápis azul, o tampax e a liberdade na Modas e Bordados dos anos 40


Capa da "Modas e Bordados, Vida Feminina", início da década de 40.

A histórica “Modas e Bordados” fez entre 1912 e 1977 a alegria das mulheres portuguesas das classes média e alta, que encontravam nela não apenas conselhos sobre as artes domésticas mas um espaço de alguma liberdade. A política também passou por ali, metida entre as receitas e dicas sobre saúde, dietas, modas e signos, poesia, contos e entrevistas a actrizes dos filmes do Vasco Santana ou a respeitáveis senhoras casadas que transmitiam a visão tradicional da mulher e a visão que se “deveria” ter do mundo. Surpreendeu-me que o Estado Novo considerasse necessário mandar ao lápis azul uma revista que nem sequer era vendida nas bancas mas como suplemento de um jornal, “O Século”, e que na aparência tratava de inofensivas “coisas de mulheres”. Afinal não seriam assim tão parvos…



Por outro lado... terem deixado passar este anúncio aqui em baixo é uma coisa espantosa. Será que perceberam?! (Esta revista é igualmente do início da década de quarenta)


Vale a pena clicar na foto para ler a mensagem publicitária. "Nem alfinetes, nem chumaços", "Tampax quere dizer...liberdade (em itálico no original)". Claro que deixar os "chumaços e os alfinetes" seria uma libertação para as mulheres. Noutro sentido, "liberdade" e "invisível" são as duas únicas palavras em itálico no anúncio. Muito provavelmente é coincidência, mas eu gosto de pensar que não é. Não sei se naquela altura já era assim, mas alguns anos mais tarde, "liberdade" foi uma palavra proibida até nas letras das canções.

20 de outubro de 2007

A pobreza é um lugar comum, por isso perdoem-me

Em Portugal existem 2 milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza. No sítio onde vivo, no centro de Lisboa, vivem também muitos muito ricos e muitíssimos muito pobres. Eu não sei se esses fazem parte das estatísticas, mas alguns vão ao talho da Gomes Freire. Hoje, enquanto pensava, indecisa, se levava borrego ou vitela para um jantar com amigos cá em casa, entrou uma mulher que não era cliente habitual. Estranhámos logo, clientes e empregados, a maneira como entrou, apressada, de peito levantado, como se tivesse respirado fundo antes de entrar. Alta, loura, teria trinta e cinco anos, vestia uma blusa de alças que deixava ver uma pele clara com bronze de países tropicais. O cabelo estava despenteado, cara bonita sem pintura. Teria acordado há pouco tempo e saído à rua para as compras sem tomar o pequeno-almoço, como eu.
- Quanto custa estas aqui, perguntou, com ligeiro sotaque do Brasil.
- São 6,98 o quilo. O talhante pegava hesitante na caixa das almôndegas, mas ela disse:
- Não, não, deixa. Vou levar “isto” de fígado. Dirigiu-se rápida ao fim do balcão, onde estava o fígado e estendeu a mão ao empregado.
- Hoje só temos de porco, disse o talhante, com voz de simpatia e eu percebi que não seria a primeira vez que ela pedia fígado, a coisa mais barata.
Olhámos para o “isto” que ela mostrou ao empregado. Eram três euros. Uma moeda de dois euros e uma moeda de um euro. Silêncio e depois…nada. Eu que me “virasse” com a vontade de chorar que veio de repente. Na cara dela não havia espaço para acolher a minha piedade. O silêncio que se gerou foi o único sinal de pena e, ao mesmo tempo, de respeito. Ninguém se ofereceu para lhe pagar as almôndegas. Sentimos que não seria aceite esse gesto de ajuda. Ela era pobre mas não se sentia pobre. Não se dá esmola a quem não se sente pobre. (Ou seria esta conclusão uma forma de justificarmos a nossa inércia cobarde?) A cara respondeu ao silêncio compondo um ar de sobranceria. Eu pensei…sim, quem desdramatiza isto, é porque já viveu muito pior.
- Mas quer em bifes ou cortado aos bocadinhos?
Claro que é aos bocadinhos estúpido, pensei. Sim, era aos bocadinhos que ela queria. Para render. Ela deixou os três euros no balcão e saiu rápida. Passou muito perto e vi-lhe manchas ainda frescas de leite na blusa. Era mãe. Perdoem-me estas lágrimas.

18 de outubro de 2007

pode um país caber num filme?

dois filmes recentes fazem-me pensar sobre a ideia que temos de um país.



um deles, possivelmente nem chegará às salas de cinema, é "taxi to the dark side", de alex gibney, um realizador que acusa os Estados Unidos de torturarem prisioneiros no Afeganistão, Iraque e em Guantanamo.

o filme passa hoje no doclisboa e dá uma visão aterradora, terrível , monstruosa dos Estados Unidos. dá vontade de os odiar a todos, sem excepção, por serem uns cobardes medievais de merda.

o outro filme é "persépolis", animação de marjane satrapi e vincent paronnaud, que deverá estrear comercialmente no final de outubro ou em novembro.

o filme é fabuloso, conta uma história biográfica passada no irão, no final dos anos 70 depois da revolução islâmica, e coloca questões mais ao nível de diferenças culturais e da liberdade de expressão.




17 de outubro de 2007

Eu sei que é chão, mas parece um mapa



Terreiro do Paço, Lisboa. É pedra comida pelo tempo e por milhões de passos desde há séculos...mas não estou convencida que não seja mesmo um mapa.

15 de outubro de 2007

A Justiça é cega, mas às vezes exagera...

Achei que vossas excelências iam gostar de ler este post.

12 de outubro de 2007

pecado

como costumo dizer, fico doente quando oiço o que se passa neste país.
toda a gente sabe que a igreja é uma máquina de fazer dinheiro, mas esse dinheiro devia diligentemente ser distribuído por quem precisa e não para erguer belos edifícios arquitectónicos.
70 milhões de euros para uma basílica?!?
um fausto que pagaria alimentos para quantos desgraçados?
tenho para mim que se a nossa senhora fosse hoje à cova da iria para uma nova aparição dava-lhe um fanico com tanta alarvidade da santa igreja católica.
é por coisas destas que deixei de ir à missa.

11 de outubro de 2007

O silêncio das inocentes

É normal ouvirem-se na cidade do Porto os gritos das gaivotas. Por isso, quando calha ouvir-se mais o silêncio…há quem fique baralhado. O dia não é o mesmo. Parece que há qualquer coisa errado com as coisas. Quando o que falta é daquelas coisas que toda a vida existiram, mais difícil se identifica a ausência. O primeiro sentimento é de pura baralhação e a cabeça parece que anda aérea. Mas o que é que raio se passa?! O homem que eu vi absorto a olhar para o chão, de mãos nos bolsos, ali para os lados da Casa da Música, descobriu a razão da sua inquietude em pleno diálogo com um vizinho.
- João, viva, novidades?, perguntou o vizinho quando saía do prédio. Mas a resposta foi só um “hum”…O homem, nos seus cinquenta, continuou de cabeça baixa, mãos nos bolsos, olhando para os sapatos.
- Homem, então, isso vai ou quê? O homem lá “acordou” e respondeu ao cumprimento, tirou as chaves de casa do bolso e ficou com elas nas mãos, brincando com elas, um bocado desajeitado.
- Nem parece teu, estavas aí a contar as formigas ou quê? Olha, vou buscar frangos, anda daí, bebemos um fino.
Neste ponto, o homem levou a mão ao estômago e teve um esgar de náusea. Fosse o que fosse, o vizinho não notou, mas a cara do homem iluminou-se e ele tirou os olhos do chão e espetou-se a olhar para o céu.
- As gaivotas…não se têm ouvido as gaivotas!, disse isto assim de rajada e, como a frase lhe pareceu ter surpreendido o vizinho, calou-se, um pouco envergonhado. Um homem feito, mãos para trabalhar e família para sustentar, cismando nas inocentes gaivotas? Isso, no tempo dele, seriam provavelmente “caprichos de mulheres”.
- Parece que não se tem ouvido as gaivotas, insistiu, dando um tom mais indiferente ao caso. Não foi ele que reparou, o “parece que…” dá muito jeito nestas situações.
- Diga João, as gaivotas o quê? Estranhou o vizinho.
- As gaivotas…parece que não se têm ouvido, então não reparou?
- Ah, é verdade, é verdade. Não se têm ouvido não. Deve ser do tempo…Então não quer vir João?
- Ah, vou pra casa, tenho lá o neto.
- Cumprimentos à patroa, João.
Mas não foi para casa, ficou cá fora, à porta do prédio, de braços cruzados, a cara descontraída, contente por ter desatado o nó, um pouco triste com o silêncio no céu do Porto.

10 de outubro de 2007

a very stylish girl



encontrei-a aqui há dias no chiado.

5 de outubro de 2007

A moral num anúncio a fogões de 1965

As revistas de culinária nem sempre surpreendem por anúncios de carácter duvidoso. Em 1965, a revista Banquete, dirigida por Maria Emília Cancella de Abreu (de quem voltarei a falar), trazia um anúncio que prometia o "melhor fogão nacional", um tal de "Presmalt". Desta vez, o slogan é sóbrio e até inspirador. Dizer que "Escolher Presmalt é proceder com acerto" traduz um verdadeiro juízo de carácter moral. Quem comprar Presmalt pode ir deitar-se de consciência tranquila, pode dormir o sono dos justos, porque procedeu com acerto. Eu não sei se ainda se fabricam os fogões Presmalt, mas gostava de saber porque compraria de certeza. Não há nada que pague a certeza absoluta de ter procedido com acerto, sobretudo porque isso é uma coisa que raramente me acontece. Não me lembro aliás de alguma vez ter pensado "Trincadeira maria, tu hoje procedeste com acerto". Não há qualquer comparação entre ter alguém a dizer-me "trincadeira, descansa que fizeste bem" e ouvir a solene e sólida convicção de ter procedido com acerto. Reparo que já repeti vezes demais o slogan da Presmalt, é só mais uma vez: "Proceder com acerto"...ai que descanso.

3 de outubro de 2007

O tratamento da condição feminina nos anos 70

Descobri há dias que em 1978 tentavam impingir à “mulher moderna” um produto “desinfectante-desodorizante” para a “higiene íntima” que garantia o “aroma da higiene” mesmo “nos dias especiais do mês”. Chamava-se Dystron.

Numa análise à dita mensagem publicitária, surgem-me ao espírito várias interrogações.
Por exemplo, ao que é que se referem precisamente quando falam nos “dias especiais do mês”? É que de acordo com uma breve sondagem feita a mulheres modernas aqui da chafarica, não há dia mais especial no mês que o dia de pagamento. Será que precisamos de cheirar a lavadinho para receber o salário? E porquê só nesses dias? E isto leva-me a outras considerações. O que significa em concreto a expressão “aroma da higiene”? Isto cheira-me a gato por lebre. Olhem que rica descoberta publicitária. Mas tomar banho para quê se podemos cheirar a lavado sem ter a chatice de ir à banheira?! Modernices dos anos 70, de certeza. O anúncio, que pode ser encontrado no número especial da Teleculinária de Dezembro de 1978, é encabeçado por uma fotografia de rosto de uma “mulher moderna” pintalgada à última moda:


1 de outubro de 2007

29 de setembro de 2007

Menezes OK, Mendes KO



O Santana tinha razão. O país (e o PSD) está doido.

Desculpem lá castas, não queria baixar o nível do blog com politiquices, mas é só hoje.

28 de setembro de 2007

A vingança dos livreiros

Ok, são baratinhos, mas lá por estarem em saldo têm que vir com defeito? Quando custavam dez ou quinze euros não vi estes autocolantes nas capas. Deve ser uma espécie de vingança dos livreiros: “Sim, podes levá-los a 1 euro, mas pensavas que ia ser assim tão fácil? Agora tenta arrancar os autocolantezinhos sem rasgar a capa. Vá lá, então? Não consegues? Rasgou? Ohhhhh que pena. Não, não posso trocar. (gargalhada maléfica)”.


26 de setembro de 2007

Para crises verdadeiras, rolos fingidos

Eu já desconfiava, mas ontem tive a certeza. A crise não afecta só os pobrezinhos. Descobri-o na Av. de Roma, aquela que eu supunha servir a classe média bem na vida. No passeio, já quase ao pé do Hotel Roma, anuncia-se um talho que, para não destoar das aparências da zona “bem”, se deu o nome de “Boutique da Carne”. Mas não há aparências que resistam a uma crise que sentou definitivamente o seu c* gordo em cima das nossas espremidas carteiras. Ali, em vez de lombo verdadeiro, que custa pra cima duma fortuna, há rolo fingido a 2,98 euros. E claro, a baratucha perna de perú que bem arranjadinha com batatas no forno rende para uma casa de família. O que este país está a precisar é de ir buscar a Filipa Vacondeus com as suas dicas para fazer um arroz de chouriço sem chouriço e o Chefe Silva da Teleculinária com as suas avisadas receitas de bacalhau corrente. Disse ele várias vezes nas revistas que a minha mãe coleccionava nos anos 80 (entretanto roubei-lhe algumas) que a receita para ser bem feita pede lombos de bacalhau graúdo, mas que o corrente faz as vezes, sobretudo em tempos de crise.



P.S. Para fazer arroz de chouriço sem chouriço: (Receita de Filipa Vacondeus)
Da próxima vez que comprarem chouriço não deitem fora aquele cordel que ata as pontas. Aproveitem e façam boa figura com pouco dinheiro. Cozam o cordel e as pontinhas do chouriço que normalmente vai pró lixo e usem a água da cozedura para fazer o arroz. Aquilo não é uma porcaria porque, lá diz o provérbio: “água fervida, bicheza morrida”.

ahhhhh paris







25 de setembro de 2007

mulher avestruz



apetece ir a madrid só para ver a mulher avestruz.

24 de setembro de 2007

Para quem gosta de fotos com gente dentro








India, 2007

Autor: João Pedro Gonçalves

Maria Callas Madame Butterfly

Uma descoberta recente! O que ainda há uns tempos eram só "gritos", provoca-me agora arrepios nos braços (o que é sempre bom sinal) e profunda emoção...Quem diria? Ópera, Trincadeira?!!!

18 de setembro de 2007

Aprendam, que eles não duram sempre

"Sou um bocado surrealístico com relação a isso. Mas posso estar enganado", taxista sobre o Festival Internacional do Taxi, que decorre até domingo em Lisboa

O motorista dizia que tinha ouvido na rádio que vinha cá um francês falar sobre o sector, que ia haver uns colóquios e que fizeram umas bandeiras para o profissional pôr no carro.

Aqui em baixo ficam os brindes que os meus delicados ouvidos não ouviram (porque Trincadeira honrada não tem ouvidos) a caminho de casa.

"Eu quero é que eles metam o francês no c*... com perdão da palavra. Eu não sei francês e não me interessa saber"
"Os colóquios é prós estudantes e pros pensadores. Pra mim não vai lá ninguém!
"E depois, em vez de mandarem fazer umas canetas, umas coisas celebrativas para o profissional do taxe ir buscar ... não, mandam fazer umas bandeiras amarelas que só servem pra ir pró lixo".
"Se fizessem uma coisa pra nós ainda vá lá. Mas eu sei lá quem é que anda a meter umas coroas ao bolso com isto"

Aprendam, que a sabedoria do taxista não dura sempre. Ou dura?

17 de setembro de 2007

quem dá mais?

portugal devia seguir com mais atenção alguns exemplos do que se passa por esse mundo fora (ou dentro).
kanye west e 50 cent degladiam-se para saber quem vende mais.

ao que parece, se amanhã mr west surgir em primeiro lugar na tabela de vendas nos eua, tal como aconteceu no reino unido, mr cent terá de cumprir aquilo que prometeu: retirar-se da ribalta e manter apenas o trabalho como produtor.

ora, em portugal há muito artista que podia lançar este desafio e deixava as nossas alminhas mais aliviadas.
os anjos podiam propor este combate ao joão pedro pais e à mafalda veiga. dois histéricos contra dois insonsos.
ou as chiquititas parolas podiam desafiar o avô cantigas, esse fantasminha brincalhão.
a lista é quase interminável, mas é aliciante. hum?
o problema é que teríamos sempre que aturar metade deles.


é claro que entre kanye west e 50 cent a luta é de milhões de cópias. milhões.
cá, os números ficam-se pelas "platinas" de 20 a 60 mil unidades. e já é muito.

13 de setembro de 2007

Eu quero ser uma velha sem rugas na cabeça

Aquelas velhas já foram como eu
E pensar nisso
Não alivia a sensação de repulsa
Que a vista das suas pernas deformadas me provoca.
Não é a celulite que me incomoda
Nem tão pouco os seus poucos cabelos brancos
São velhas recém operadas
Algumas andam tortas
As suas mãos são nodosas e manchadas
Os seus cabelos são pintados ou branco-lilás.
Demoram-se no vestiário e na casa de banho
E exalam um insistente cheiro a pó-de-arroz.
A sua voz é fina como um fio de nylon
Das suas meias de descanso.
As velhas têm muitas queixas para fazer
E fazem-nas entre dentes ou em alta voz.
Mas são as silenciosas que me assustam
Murmuram bons-dias com bocas desconfiadas
E olhos inchados de solidões mal dormidas
Tratam-se por doutoras e senhoras ou meninas
E nunca riem.
No ginásio receitado pela fisioterapeuta
As velhas mancam, quase todas.
Às vezes há uma velha que parece mais nova
Chegou aos 76 com poucas rugas na cabeça.
Com ar de quem tem pressa,
Conta que o filho vai hoje lá a casa
E que na praça já não havia peixe
E que teve pena porque “o miúdo” gosta de peixe.
Se alguém tinha visto o “Goucha” ontem
Que lhe deu vontade de rir, o “malandro”
Confessou-me, entre risos, que nunca foi ao cabeleireiro
E que o segredo dos seus caracóis perfeitos
É um preparado de cerveja preta, aplicado de manhã (!)
A mais velha das mais velhas
Ostenta que vive!

Incomoda-me vir a ter as costas deformadas
Mas o que eu queria
Era ser uma velha sem rugas na cabeça.

9 de setembro de 2007

uma ilustração para domingo



porque os domingos não são só polaroids, aqui vai uma ilustração que além de ser o que é, ainda é a capa de um disco que vai sair em breve.

8 de setembro de 2007

exigências para a rentreé


quero que publiquem o próximo livro de jonathan coe, já.
e que reeditem o "mr. vertigo" de paul auster.
posso não ter lido todos os clássicos e ser uma criatura inculta, mas ficava feliz se me fizessem o favor de publicar os dois livros.