29 de fevereiro de 2008

21 de fevereiro de 2008

Cada um tem o terceiro-mundismo que (não) merece

Há cerca de ano e meio, Hugo Chávez usou uma imagem de Sócrates num cartaz da sua campanha eleitoral para mostrar que a Venezuela era tu cá tu lá com a Europa moderna.
O primeiro-ministro português não gostou e o cartaz foi retirado.




Ontem, José Sócrates citou o candidato “xuxu” dos democratas norte-americanos, Barack Obama.
“Sim, nós podemos” foi o slogan citado, num discurso que já cheira a campanha eleitoral.

obamania

aposto um jantar em como a equipa de campanha do sócrates vai tentar fazer nas próximas eleições um clip promocional como o will.i.am fez para o obama.
ontem, sócrates já se aproveitou do "yes we can" do obama num discurso em lisboa.

mesmo sendo propaganda, o que will.i.am fez é fabuloso e de um bom gosto extraordinário, muito próximo de um teledisco, com obama transformado em artista pop.
que sirva de exemplo para os políticos portugueses, para fazer esesquecer aquela patetice do menino guerreiro.

20 de fevereiro de 2008

Eu é mais Obama, e vocês?

É impossível ficar indiferente às primárias nos States, que provam que as eleições podem ser emocionantes. Neste link podem descobrir quem é o "vosso" candidato. Também quero um quiz destes em português nas próximas eleições. Ajudaria muitos indecisos a decidir. Custa muito?!

17 de fevereiro de 2008

Atentado urbanístico ao nível do comércio tradicional*


A minha mercearia aburguesou-se. A D. Lurdes decidiu fazer umas obras de “melhoramento”. Substituiu o balcão de madeira escura e pedra mármore por um de plástico e alumínios. Comprou uns cestos de plástico cinzento e vermelho tipo “mini-mercado”. Substituiu os baldes cheios de água fria onde refrescavam as hortaliças por um frigorífico! Os molhos de espinafres e de nabiças vêm agora embalados em sacos de plástico e têm sempre aquele aspecto fresquinho independentemente da hora do dia. Não há folhas que murchem naquele super-frigorífico…
Quem murchou fui eu. Eu devia ter adivinhado. As mudanças foram aos poucos. Primeiro foi o presunto. Ainda aqui há uns meses, o presunto era cortado na hora, como nós quiséssemos, às fatias, inteiro, grande ou pequeno. Agora quem quer presunto leva do embalado. Antes havia só uma marca de queijo (daquele para fatiar), o preferido pela maioria das clientes, e o fiambre era sempre do mesmo, do “melhor”. Com o balcão novo vieram aquelas variedades todas embaladas e já fatiadas.
Aquilo é plástico e alumínio e variedade a mais para os meus delicados olhos. Qualquer dia tanto faz ir ali como a um super-mercado confuso qualquer. Aquelas mudanças fizeram confusão e não foi só a mim. Já ouvi uma ou duas clientes a olhar com ar de dúvida para aqueles super molhos de nabiças e espinafres empertigados nos seus celofanes transparentes.
Primeiro foi uma das “habituées” da terceira idade.
- Ó Lurdes, isto presta para alguma coisa?
- Então não vê que sim, fresquinhos!
- Hum…
Claro, a velhota rendeu-se à evidência.
De outra vez foi uma empregada de alguém que tinha voltado à loja para devolver os espinafres.
- A minha patroa quer dos normais, não quer estes no plástico.
Pouco surpreendida e depois de um suspiro, a D. Lurdes pegou no telemóvel (vejam bem!) e ligou um número.
- Tou sim? É a Lurdes aqui da mercearia. Ò Drª, então a sua rapariga diz que não gostou do que eu lhe mandei?!
-… (não consegui ouvir, apesar de ter tentado)
- Mas agora vem tudo assim. E são frescos, então não viu?
- …
- Agora não tem terra porque são lavados antes de lhes porem o plástico. Prefere-os com terra?
- …
- É do que eu gasto na minha casa, e são de confiança, pode ficar descansada. Agora só tenho assim Drªa, mas experimente e depois diga-me.

Apesar de tudo, continua a haver razões para lá ir. Sobretudo a fruta, é sempre muito óptima como diria uma amiga minha. Os queijinhos frescos, o requeijão, as morcelas de arroz, as hortaliças…enfim, são boas, e as azeitonas que sabem a azeitonas.
Quando ela substituir o balde das azeitonas verdadeiras por aqueles frascos com bolas pretas gigantes que não sabem a nada, juro que nunca mais lá ponho os pés.


*Infelizmente esta expressão genial não é minha. Ouvi-a uma vez numas férias num restaurante algarvio. O homem estava à espera para almoçar há duas horas e lá desabafou bem alto que era inadmissível e que "isto é o caos urbanístico ao nível da restauração". Eu adaptei.

8 de fevereiro de 2008


não terão o mesmo fulgor de há trinta anos, mas não deixa de ser um acontecimento.
só falta leonard cohen.

Paul McCartney - We All Stand Together

A pedido da Rita

7 de fevereiro de 2008

dead combo

dois dos gajos mais coool da música portuguesa estão a preparar um novo álbum.
enquanto ele não me chega aos ouvidos, vou ali enfrascar os álbuns anteriores e já venho.