30 de maio de 2007

25 de maio de 2007

farta da cidade


ilustração de rui de sousa

23 de maio de 2007

Inanidades

- ó senhor ministro, o senhor disse isto assim assim quando estava na oposição
- ó senhor deputado, o senhor é que disse assim assado quando estava no Governo
- mas senhor ministro, está aqui a prova de que disse isto assim assim quando estava na oposição.
- mas senhor deputado, o senhor nega que tenha dito assim assado quando estava no Governo?
- ó senhor ministro, explique lá como é que na oposição disse isto e agora diz aquilo?
- ó senhor deputado, porque é que antes disse assim assado e agora diz frito e cozido?
Eles usam e abusam deste diálogos como formas de ataque político e depois metem água porque afinal estão todos no mesmo atoleiro. E o pior é que é muito chato de ver.

21 de maio de 2007

separados à nascença



dois gajos que podiam ser pai e filho.

na RollingStone

18 de maio de 2007

Porque é que António Costa vai ganhar Lx

Porque este slogan "Rigor" escrito em letras vermelhas sobre fundo azul claro...




Remete o subconsciente para estas outras letras vermelhas em fundo azul claro...



E por muito que as pessoas gostem de rigor, o que elas querem é vigor

17 de maio de 2007

dois flashes de cannes...

...a partir de lisboa.
1. manoel de oliveira, aquele que é do tempo do cinema mudo e que vai estrear um novo filme em junho, disse que o festival de cannes ainda é muito jovem.
são sessenta anos, mas nada comparado com os seus 98.
2. a efe teve a delicadeza de tirar uma fotografia ao júri na "alfombra roja", como dizem, mas esqueceu-se de uma pessoa.
aquela mão singela que se vê agarrada ao braço do nobel da literatura orhan pamuk é de... maria de medeiros.

15 de maio de 2007

em escuta


esta semana está em escuta, com saudosismos.

14 de maio de 2007

serge godin


este homem é um senhor. vai andar pelo teatro maria matos.


12 de maio de 2007

Velhos sem cuidados nem carinho em 2006 - SCML

Há trinta e dois anos, um empresário português de “vincada personalidade e um especial talento para o comércio e as finanças” deixava em testamento à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa “parte significativa dos seus bens” com a condição de aquela instituição cumprir a seguinte obrigação:
“…atribuir anualmente três prémios monetários, de montante de cincoenta mil escudos (Esc. 50.000$00) cada, às 3 pessoas que, na Nação e na opinião de júri criteriosamente escolhido, mais tenham contribuído, pelo seu esforço, trabalho ou estudos, para:
a) o cuidado e carinho dos velhos desprotegidos;
b) o progresso da medicina na sua aplicação às pessoas idosas;
c) progresso no tratamento das doenças do coração”.

A SCML cumpre esta obrigação desde 1987 e, este ano, será mais uma vez cumprida a entrega do Prémio Nunes Corrêa Verdades Faria - apelidos da mulher do empresário, senhora “de temperamento afectuoso, generoso e sensível, particularmente atenta aos artistas, idosos e desprotegidos”.

Só que, este ano, só serão entregues prémios - cujo valor monetário está actualizado e é hoje de 5 mil euros – pelas duas últimas alíneas.
O anúncio da atribuição dos prémios, publicado hoje no Expresso, refere que “não foi atribuído prémio” previsto na alínea a) “o cuidado e carinho dispensado aos idosos desprotegidos”.

Isto espanta-me e gostava de saber porquê. Será que houve um cataclismo que matou especificamente em Portugal e em 2006 todas as pessoas que prestaram cuidados e carinho aos velhos desprotegidos?!
O habitual é vir a razão da não atribuição de prémios explicitada no próprio anúncio de jornal. Normalmente a razão indicada é o júri ter concluído que as candidaturas não preenchiam os requisitos de qualidade exigidos.
O regulamento do prémio nada diz sobre motivos possíveis da não atribuição. Ora, não tornando públicos esses motivos no momento em que torna públicos os nomes dos outros galardoados, o júri sujeita-se às seguintes considerações:
Fico espantada que o júri escolhido pela SCML entre personalidades de “reconhecido mérito no âmbito da segurança social e da saúde, preferencialmente no domínio da gerontologia e da cardiologia” não tenha conseguido encontrar em 2006 uma única pessoa ou instituição, que, na Nação, como queria o benemérito Enrique Mantero Belard, tenha, pelo seu “esforço, trabalho ou estudos”, contribuído para “o cuidado e carinho aos velhos desprotegidos”.
Porque é isso que a mensagem do anúncio significa em última instância e é isso que é chocante. Que a SCML entenda como algo normal dizer que não houve quem tenha prestado cuidados e carinho aos velhos em Portugal. Eu perceberia que não tivesse sido atribuído o prémio pelo “progresso da medicina na sua aplicação às pessoas idosas”, por exemplo. Haveria imensas razões que poderiam justificar a falta de investigadores nessas áreas em Portugal...
Mas por favor! Que uma instituição que se chama de Misericórdia diga que não encontrou no país alguém que se tenha esforçado a fazer aquilo que ela diz que faz há 508 anos, é bastante engraçado…
Felizmente, o júri escolhido pela Santa Casa da Misericórdia enganou-se redondamente. Haveria muitas pessoas e muitas instituições no país a quem entregar a distinção.
Eu voto nos muitos anónimos que, não sendo personalidades mas apenas pessoas, dão voluntariamente horas dos seus dias a “cuidar e a dar carinho” aos velhos dos outros.

8 de maio de 2007

"Come cenouras, que faz os olhos bonitos"...


- Os nabos são bons, dona Lurdes?, pergunta a velha dos olhos bonitos.
- Ainda ninguém se queixou, responde a merceeira, cansada…
- É o que eu como, nabos e cenouras, tem que ser bons, diz a velha dos olhos bonitos, com um tom azedo e rezingão.
- Não é por comer ramburgas (penso que ela queria dizer hambúrgueres) que eu tenho estes olhos, continua a velha, mudando o tom para o estilo gaiteiro, quando viu o homem entrar na mercearia.
O homem percebeu a deixa e até inchou. A velha dos olhos bonitos podia ser mãe dele, mas depois dos sessenta anos, deve ser indiferente ter 70 ou 80, pensei eu…
- E tem, e tem! Uns olhos bonitos como certas alentejanas têm, ou enganei-me?, respondeu o velhote, de repente mais alto, mais ufano, sorriso malandro, sacudindo com primor e olhar apurado a terra de umas cebolas, antes de as pôr no saco.
- E sou… de Garvão, atalhou a velha, levando a mão ora ao cabelo ora ao peito, toda risinhos…
E eu, abismada, pensei que, se aos 80 anos, esta velha resmungona, comedora de nabos e cenouras, ainda cora, realmente deve ser mesmo verdade que enquanto há vida há esperança.

Nunca mais vem as férias...

no tempo dos gira-discos





amanhã inaugura aqui uma exposição de vinis sobre duas décadas de música portuguesa.
vão lá estar expostos cerca de 200 dos mais importantes vinis editados entre 1960 e 1980.
encontrei na net as capas destes dois vinis que vão estar lá.

4 de maio de 2007

*


um antídoto para o veneno destilado há pouco.
http://bobibook.blogspot.com/
odeio chico-espertos,
gananciosos,
aproveitadores,
lesmas,
cobras,
cabras,
cabrões,
oportunistas,
vaidosos.
e isto só para falar dos da minha profissão.