há anos que não o via.
lembro-me perfeitamente dos olhos baços e cobertos por um manto branco, do corpo magro e curvado. mas não me recordo do que ele fazia para conquistar uns trocos.
voltei a vê-lo esta semana e lá estavam os mesmo olhos baços.
mas o que me chamou a atenção - a mim e a toda a gente que estava na carruagem - foi o ritmo com que ele batia com um pedaço de metal na caixa de esmolas de madeira e no pau de vassoura que servia de guia.
pum-tchi-ca-pum-pum-ca-pum-tchi-ca-pum.
e de tantas vezes dizer a mesma frase, aquilo já saía em jeito de rap. era qualquer coisa do género:
há algum cavalheiro ou senhora que tenha a possibilidade de me auxiliar.
pum-tchi-ca-pum-pum-pum-tchi-ca-pum-pum-pum.
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