29 de abril de 2007
26 de abril de 2007
25 de abril de 2007
23 de abril de 2007
duas prisões num só dia
acabo de chegar de uma visita ao estabelecimento prisional de tires.
fiquei deprimida só de olhar para aquelas paredes forradas a azulejo rosa e para os corredores cheios de portinholas para as celas e com algumas reclusas em pose de alerta e a fumar.
fiquei ainda mais deprimida ao ver os filhos delas, por estarem também naquele ambiente sem terem culpa nenhum da merda que as mães fizeram. fui lá por causa do dia do livro, onde se falou da leitura como acto de liberdade. mas as reclusas, atenção, não tinham permissão de falar com ninguém.
depois disso, apanho um táxi e o condutor diz-me que está há cinco anos em portugal, depois de ter estado 19 nos estados unidos.
tem dupla nacionalidade, mantém o passaporte norte-americano que diz que "vale ouro" e diz que não votou bush nas últimas eleições.
um dos trabalhos que teve nos estados unidos foi na prisão de sing sing, no estado de nova iorque, sobre o qual me falou sobretudo da cadeira eléctrica e do cemitério.
fiquei deprimida só de olhar para aquelas paredes forradas a azulejo rosa e para os corredores cheios de portinholas para as celas e com algumas reclusas em pose de alerta e a fumar.
fiquei ainda mais deprimida ao ver os filhos delas, por estarem também naquele ambiente sem terem culpa nenhum da merda que as mães fizeram. fui lá por causa do dia do livro, onde se falou da leitura como acto de liberdade. mas as reclusas, atenção, não tinham permissão de falar com ninguém.
depois disso, apanho um táxi e o condutor diz-me que está há cinco anos em portugal, depois de ter estado 19 nos estados unidos.
tem dupla nacionalidade, mantém o passaporte norte-americano que diz que "vale ouro" e diz que não votou bush nas últimas eleições.
um dos trabalhos que teve nos estados unidos foi na prisão de sing sing, no estado de nova iorque, sobre o qual me falou sobretudo da cadeira eléctrica e do cemitério.
Que seca, só falam do Eusébio na rádio
P: (Bocejando e com irritação) Mas que raio, o Eusébio ainda serve para alguma coisa?
R: (Assim meio grogue do sono) Atão não...
P: (Com vontade de dar um pontapé no rádio) Mas para quê, o homem já não joga né?
R: (Bocejando como quem diz calá-te lá) Para as tvs fazerem os planos de corte nas transmissões dos jogos do benfica e da selecção.
R: (Assim meio grogue do sono) Atão não...
P: (Com vontade de dar um pontapé no rádio) Mas para quê, o homem já não joga né?
R: (Bocejando como quem diz calá-te lá) Para as tvs fazerem os planos de corte nas transmissões dos jogos do benfica e da selecção.
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CUI (Coisas Universalmente Incorrectas)
19 de abril de 2007
cannes 2007
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13 de abril de 2007
12 de abril de 2007
Ora vamos lá a isto...
Andava a fazer-me comichão, esta coisa de gostar da Odete Santos sem perceber porquê. É que tenho tantas razões para não gostar dela! Mas eis quando e porquê percebi o motivo de gostar da deputada mais despenteada da Assembleia: Uma noite destas, estava eu refastelada no sofá a comer amêndoas de chocolate enquanto via, embevecida, o Dr. House, quando o meu gato me aparece à frente vindo do nada. Senta-se entre mim e a televisão e olha-me nos olhos longamente. Interrogativo, afirmativo, impositivo, o gato danado deixou-me sem escapatória possível naquele olhar seco de tão quente e tão intenso.
A Odete Santos é assim um bocado como o meu gato. Não é como ele porque ele é perfeito e ela, por muito boa que seja, nunca há-de ser uma gata.
A Odete Santos explica-se a si própria sempre. Põe-se toda em todos os momentos e isso é, afinal, tudo o que eu gostava de conseguir ser.
bjork
o horror, a tragédia. perante esta hipotética capa do novo álbum de bjork.
ainda tenho expectativas em relação a "volta", mas tenho que fechar os olhos.
o miolo do booklet parece melhor, saturado de cores, mas a capa varia, tal como diz o guardian, entre o palhaço do mcdonalds e os palhaços de cindy sherman.
bom, a cantora diz que a maioria das pessoas tem a visão mais desenvolvida do que a audição.
"If they see a certain emotion in the photograph, then they'll understand the music."
ok.
6 de abril de 2007
3 de abril de 2007
2 de abril de 2007
Conversas parvinhas, saudades mesquinhas
- Iá, é isso, opa, é qué memo assim, ó espanhol, grita o gordo, e ri-se, ahahahaha, ohohohoho, o que o faz arrotar estrondosamente, o que o faz rir ainda mais, e assim sucessivamente…até que…
- Ehhhhh, pára com isso, é nojento, diz a miúda gira enquanto puxa o decote da blusa em Lycra um nada para cima.
- Mas afinal tu és espanhol ou português?, pergunta a miúda feia.
O centro das atenções era o “Panho”, um português filho de mãe espanhola, que se veio a saber ter acabado de regressar de um mês nos arredores de Madrid, na casa da avó.
O cenário, um café num centro comercial do Saldanha. Livros, cadernos e copos de cola e sumo natural de laranja em cima da mesa.
-Opa, parem com isso, a minha mãe é que é espanhola, eu sou português. Nasci aqui, o meu ídolo é o Camões, não sei nada da História de Espanha e não falo espanhol, responde o interrogado, de rajada.
- Ah ah…ia ia, fiarmiacia ah ah ah, diz o gordo.
- Mas conheces Cervantes?, pergunta a miúda feia, e ri-se.
Pausa de segundos, em que os dois rapazes bebem um golo de Coca-Cola e elas um golo de sumo de laranja.
- Mas conheces Cervantes?, insiste a miúda feia.
– Ia, já ouvi dizer, responde o Panho, ahahaha.
- Eu também conheço, é o que escreveu o Quixote, diz a miúda gira.
A miúda feia pára de rir e diz que o livro se chama “D. Quixote” e não “O Quixote”, mas o Panho ignora-a e responde antes à miúda gira:
- Ia, é o Quixote é, ahahahah.
- Ah, iá. Mas fala lá em espanhol, ahahah, diz o gordo outra vez.
- Deixa lá o Panho, ele não quer, pronto, diz a miúda gira. Afinal, a miúda gira era a miúda do Panho, porque o beija e faz-lhe festas no cabelo.
Isto contado, não tem gracinha nenhuma. Visto também não teve, acreditem. Foi até bastante deprimente. Mas aqui a cena (iá, tás a ver?), o “point” é outro. Os risos e a conversa esquizo de café daqueles quatro serviram como ruído de fundo aos sentimentos mesquinhos com que eu os observava. Primeiro ano de faculdade, livros na mão, despretensiosos e rindo de si próprios, parvinhos.
É verdade que não tenho muitas saudades da maioria do tempo que passei na faculdade, mas às vezes, só às vezes, apetecia-me voltar àqueles tempos de descoberta e de gargalhadas parvas e incontroláveis por tudo e por nada.
- Ehhhhh, pára com isso, é nojento, diz a miúda gira enquanto puxa o decote da blusa em Lycra um nada para cima.
- Mas afinal tu és espanhol ou português?, pergunta a miúda feia.
O centro das atenções era o “Panho”, um português filho de mãe espanhola, que se veio a saber ter acabado de regressar de um mês nos arredores de Madrid, na casa da avó.
O cenário, um café num centro comercial do Saldanha. Livros, cadernos e copos de cola e sumo natural de laranja em cima da mesa.
-Opa, parem com isso, a minha mãe é que é espanhola, eu sou português. Nasci aqui, o meu ídolo é o Camões, não sei nada da História de Espanha e não falo espanhol, responde o interrogado, de rajada.
- Ah ah…ia ia, fiarmiacia ah ah ah, diz o gordo.
- Mas conheces Cervantes?, pergunta a miúda feia, e ri-se.
Pausa de segundos, em que os dois rapazes bebem um golo de Coca-Cola e elas um golo de sumo de laranja.
- Mas conheces Cervantes?, insiste a miúda feia.
– Ia, já ouvi dizer, responde o Panho, ahahaha.
- Eu também conheço, é o que escreveu o Quixote, diz a miúda gira.
A miúda feia pára de rir e diz que o livro se chama “D. Quixote” e não “O Quixote”, mas o Panho ignora-a e responde antes à miúda gira:
- Ia, é o Quixote é, ahahahah.
- Ah, iá. Mas fala lá em espanhol, ahahah, diz o gordo outra vez.
- Deixa lá o Panho, ele não quer, pronto, diz a miúda gira. Afinal, a miúda gira era a miúda do Panho, porque o beija e faz-lhe festas no cabelo.
Isto contado, não tem gracinha nenhuma. Visto também não teve, acreditem. Foi até bastante deprimente. Mas aqui a cena (iá, tás a ver?), o “point” é outro. Os risos e a conversa esquizo de café daqueles quatro serviram como ruído de fundo aos sentimentos mesquinhos com que eu os observava. Primeiro ano de faculdade, livros na mão, despretensiosos e rindo de si próprios, parvinhos.
É verdade que não tenho muitas saudades da maioria do tempo que passei na faculdade, mas às vezes, só às vezes, apetecia-me voltar àqueles tempos de descoberta e de gargalhadas parvas e incontroláveis por tudo e por nada.
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