8 de novembro de 2007

Carta aberta de uma cliente insatisfeita e desembolsada ao



Venho por este meio manifestar o meu apreço e admiração pela forma que o Metropolitano de Lisboa encontrou para cobrar a 10 euros um serviço que está tabelado a 7. Fiquei orgulhosa pela inteligência das cabeças que gerem a Vossa estimável empresa na prestação de um serviço público. É ainda com prazer que reparo que a administração do Metro está de consciência tranquila e certamente orgulhosa pela esperteza saloia com que brinda os cidadãos de Lisboa. Moeda aqui…moeda ali…são milhões ao fim do ano que saem das nossas carteiras para as vossas contas bancárias.
Mas o que me traz pela primeira vez ao Vosso convívio é a artimanha da "taxa de urgência" pelo cartão Lisboa Viva. O preço do cartão, uma renovação, é de sete euros. Mas claro…demora 14 dias. Duas semanas inteiras, é coisa para ficar bem feitinho, digo eu. Mas há um problema. É que, entretanto, não posso ficar em casa à espera que o cartão esteja pronto. Tenho que usar o Metro para ir trabalhar e gastar o equivalente a um passe urbano para 30 dias em bilhetes, mais coisa menos coisa. Não faz muito sentido pois não? Mas não tenho alternativa. Quer dizer…tenho. A funcionária do Metro que me revelou a solução, no balcão do Colégio Militar, estava até envergonhada, mas dever é dever:
- "Sabe, se pagar três euros a mais pode ter o cartão já amanhã. Acaba por compensar"
- "Ai é? Então é possível fazer de um dia para o outro? Então não leva 14 dias?", perguntei eu desconfiada. Aquilo parecia conversa de candonga.
- "Esse é o prazo normal. Mas se pagar a taxa extra, não. E compensa num dia só de viagens, não é?".
- "Ah, uma taxa extra. Boa ideia, mas porque é que me sinto enganada?"
- …

Fantástico. É como pedir um almoço tabelado a 20 euros e poder comê-lo só ao jantar. Mas se pagar 40 euros, posso comê-lo efectivamente à hora do almoço. Há coisas que são demais, que são evidências, que não são intelectualmente defensáveis. Esta vossa artimanha não é defensável a nenhum título, lamento. É patética. É ridícula. Dar-vos-ei com agrado os 10 euros, afinal o preço real do cartão. Ouso é sugerir que no próximo ano tabelem o preço de um cartão novo a 9,9 euros. São menos … 10 centimos mas a vossa honestidade não sairá beliscada. E isso não é pouco. Entretanto, se vos – e quando digo `vos´ dirijo-me aos decisores – se precisarem de mais uns trocos ao fim do ano para fazer boa figura junto dos accionistas, ou para os bónus no Natal, apitem que é sempre possível ajudar um amigo em necessidade.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caros amigos, não se esqueçam que o Metropolitano de Lisboa é uma grande empresa, que também prima pelas grandes obras... ou já se esqueceram das grande obra em Santa Apolónia? Ou mais recentemente na ligação do Saldanha com a Alameda? Os senhores têm de ir buscar "tostão" a qualquer lado, nem que seja ao bolso dos pobres passageiros que escolhem o metro por ser um meio de transporte: rápido e barato?! Mas tenho uma situação muito engraçada, também, passada no Metro... O meu cartão estava partido, mas só caducava daí a um mês. A senha era combinada com outro meio de transporte, tentei passar das portas e não abriram, dirigi-me ao guiché e a simpática senhora informou-me que só me passaria um passe se renova-se o cartão naquela altura!!! Fiquei indignada.... E se não tivesse 7 euros na carteira?! Era obrigada a ir pró pé das bilheteiras pedir os trocos dos bilhetes dos outros passageiros... Que remédio! OU seja, a simpática senhora, que verificou que eu tinha o cartão válido não se dignou a dizer-me: - Eu abro as portas, mas logo que possa venha renovar o cartão! Não pelo contrário... Pareceu mais aquele tipo de assalto: A vida ou a carteira?! Eu dei-khe a carteira, claro!

trincadeira disse...

ehehehe, qualquer dia, quando alguém disser "agarra que é ladrão" no Metro, a malta agarra logo os "picas" :o)

Anónimo disse...

Criatividade subterrânea...

Unknown disse...

... ou técnica underground