A inspecção-geral das actividades culturais andou à caça de fotocópias ilegais nas universidades e encontrou milhares de livros copiados, sobretudo livros técnicos das áreas de Direito, Medicina e Enfermagem.
Acho que só lá para o terceiro ano é que me dei conta que fotocopiar livros inteiros constituía crime. E foi por isso que deixei de ir à reprografia? Não. A biblioteca tinha os livros necessários mas quase sempre requisitados. A livraria tinha-os disponíveis, mas a bolsa que recebia (de 17 mil escudos em 1993) chegava para o passe, almoço, jornais e ...fotocópias. Acho que durante os quatro anos do curso comprei menos de dez livros e esses dez livros devem ter custado umas dezenas de contos. Havia que gerir a situação.
Sobre esta realidade, imagino que idêntica à de milhares de estudantes mais de dez anos depois, a inspectora contactada pelo JN diz o seguinte:
"Os parques das faculdades estão cheios de automóveis". Só à estalada.
1 comentário:
São Xerox também me valeu muito no meu "viver de estudante".
Em quatro anos devo ter comprado menos de dez livros, também.
E quem ajudava à festa eram os professores, que diligentemente disponibilizavam cópias de livros ou apontamentos fotocopiados.
Ponham os livros a preços decentes, se querem combater as fotocópias.
Reconheço que é do interesse nacional...ninguém quer que os futuros médicos e enfermeiros se enganem nas suturas ou nos bypasses devido a falhas nos apontamentos provocadas pela falta de toner, pois não?
* (original)
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