29 de setembro de 2006

algo completamente diferente



obedecendo aos desejos de uma casta nobre, sugiro para domingo, não uma sangria (de champanhe, já agora), mas um cozido à portuguesa.
ainda por cima no D. Maria II, o que é mais preverso.
ei-los que actuam. ensemble jer.
para rir, mas com jeitinho.

A Touriga Nacional pediu-me gentilmente para dizer aqui, em seu nome, que estas chalaças com o vinho, a vinha, o míldio e assim "já foi chão que deu uvas".
É preciso esclarecer que a casta nobre transmitiu-me esta apreciação depois de beber, com avidez, o último gole de uma litrada de sangria que por acaso estava muito boa. Foi por isso que não se terá dado conta da chalaça de gosto duvidoso em que ela prória estava a incorrer. Por esse facto, pedimos desculpas aos nossos telescpectadores.

27 de setembro de 2006

Coisas da vinha

O século xix foi pródigo em figuras empenhadas em acabar com a filoxera que tão mal faz às nossas vinhas. Quis o destino que eu, Trincadeira, casta de cachos cónicos, fosse encontrar alojamento numa rua de Lisboa com o nome de um dos mais eminentes agrónomos portugueses do século dos reposteiros.
João Inácio Ferreira Lapa foi, com Bernardino Lima, um esforçado super-herói na luta contra a malfadada filoxera, a bem do bom vinho e da nação. E agora que penso nesta coincidência de coisas da vida, sinto-me reconfortada por saber que a minha casa repousa numa rua que prestigia esse maior nas coisas da vinha.

tchim tchim

eh lá, que isto de nos espreitarmos umas às outras já nos fez passar a barreira das cem visitas.
venham mais cem e abrimos um favaios fresquinho, com mil-diabos.

26 de setembro de 2006

o sr. martell...

...uma indirecta à vinho-a-martelo.

consta que no século xix, um tal senhor martell andou pelas vinhas portuguesas a plantar e a enxertar videiras depois destas terem sido fulminadas pela filoxera. (podia ter sido o míldio, calhava bem para a história).

o milagre do sr martell foi tal, que a produção de vinho aumentou e muito, embora a qualidade não fosse nem para a boca de um escanção.

o povo, que é esperto, começou a falar em vinhos feitos "à lá Martell".


a história, que não é de la fontaine, porque a filoxera - ainda que sendo bicho - não fala, está contada na net pelo excelso Vasco d´Avillez, com apóstrofo.

25 de setembro de 2006

mais um para o caixão

doi-me até ao último caracter da minha alma plumitiva, mas tenho que o dizer:
o público desiludiu-me.
ontem comprei o jornal para desfrutar da pública, que adoro, e quando estava eu a ganhar balanço na leitura da entrevista a mário feliciano aparece-me uma mensagem no final da página:
para ler a entrevista completa vá ao site do público?!
que merda é esta? pago duas vezes para aceder a informação?

23 de setembro de 2006

querido outono



de ti eu quero pouca chuva, dias solarengos a pedirem um agasalho, brisa fresca ao final do dia, muitas castanhas e nozes, romãs carnudas, doce de marmelo e jeropiga (ou geropiga?) da boa.




a ilustração é da caríssima camilla.

22 de setembro de 2006

um por dia não sabe o bem que lhe fazia

agora que setembro está a acabar e o outono a começar, eis um provérbio a raiar o filosófico.

agosto tem a culpa e setembro leva a fruta.

vamos sulfatar as televisões

segundo a marktest, nos primeiros sete meses do ano, RTP1, 2:, SIC e TVI emitiram mais de 88 horas de informação sobre partidos políticos nos seus programas regulares de informação.

Entre Janeiro e Julho de 2006, os quatro canais de sinal aberto emitiram 2373 notícias sobre partidos políticos nos seus serviços informativos regulares.

Feslizmente, digo eu, com mil-diabos, que este valor corresponde a 5.0% do total de trabalhos jornalísticos apresentados neste período.

Este tema foi mais frequente nos ecrãs da RTP1, que garantiu 33.7% do total destas notícias e 33.3% da sua duração, ao emitir 800 trabalhos de mais de 29 horas.

21 de setembro de 2006

Post muito sério sobre a igualdade de género

Quando se quer insultar uma mulher chama-se-lhe "puta". Quando se quer insultar um homem chama-se-lhe ou "filho da puta" ou "cabrão", ou seja, a culpa nunca é dele, é sempre de uma mulher!
Enquanto isto for assim, nunca há-de haver igualdade...

pensamentos ociosos

Porque é que alguém se há-de dar ao trabalho de dizer algum dia na sua vida que "o futuro são as crianças"? Não me lembro de nada mais redundante...apetece fazer uma careta tipo "duh!?"

Há que lutar contra o míldio já!

"O míldio da vinha, Plasmopara viticola, é uma doença presente em por todas as regiões vitícolas a nível mundial, e é um dos principais obstáculos à produção vitícola. Frequentemente, esta doença mostra aos viticultores que a ausência de tratamentos eficazes, geralmente de carácter preventivo, pode provocar graves prejuízos, visíveis à vindima e na planta inteira", de acordo com uma pessoa que percebe muito disto.

uma verdade verdadeira

até ao lavar dos cestos é vindima.

míldio no jornalismo

alguém ficou frustrado sobre o furacão que não se cumpriu.
o jornalista.
aquele que ansiava por uma rajada, catástrofe e lençóis de água e lágrimas, apenas teve um ramo seco caído no meio de uma praça.

17 de setembro de 2006

o que será?




será touriga nacional?
será vinho a martelo?
será uva mijona?
será abafadinho?

16 de setembro de 2006

manifesto



Deve-se estar sempre embriagado.
Nada mais importa.
Para que o horrível fardo do tempo não vos pese sobre os ombros e vos faça pender para a terra, deveis embriagar-vos sem cessar.
Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha.
Mas embriagai-vos!
E se um dia, nos degraus de um palácio, na erva verde de uma valeta, na solidão baça do vosso quarto, acordardes, já sóbrios, perguntai ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai: "Que horas são?"
E o vento, a onda, a estrela, a ave, o relógio, responder-vos-ão: "São horas de vos embriagardes!".
Para que não sejais uns escravos martirizados do tempo, embriagai-vos sem cessar.
De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha.

charles baudelaire.